jueves, 30 de junio de 2011

Acompanhamento Terapêutico


A primeira vez em que ouvi falar sobre acompanhamento terapêutico esta na faculdade, mas ou menos na metade do curso. No início a curiosidade falou mais alto e resolvi fazer o curso de formação em acompanhamento terapêutico no instituto " A Casa" em São Paulo.
O que é então o acompanhamento terapêutico???
Responder essa pergunta pode ser mais complexo do que parece. O acompanhamento terapêutico é um dispositivo de tratamento que visa "recolocar" o paciente no espaço social, ou seja, o acompanhamento terapêutico ocorre na cidade, na rua, fora do ambiente do consultório e pretende construir com o paciente ( aqui nada paciente) uma outra perspectiva de "estar no mundo" utilizando para isso suas potencialidades.
O acompanhamento terapêutico surgiu como proposta alternativa para o tratamento de pacientes psicóticos que antes permaneciam internados em hospitais psiquiátricos. O movimento anti-manicomial teve uma importante contribuição para a perspectiva de novos tipos de tratamentos e novas formas de ver e viver a loucura.
A loucura antes vista como perigosa e algo que deveria ser escondido, suprimido, passa então a ter um lugar, que deve ser visto e escutado. O paciente antes muitas vezes excluído do convívio social é convidado a participar desse espaço, porém de um modo diferente, um modo saudável onde há lugar para expressão de seus desejos, vontades, criatividade, necessidades.
O acompanhante terapêutico busca, então, chamar esse sujeito ás novas possibilidades de viver, seja através das saídas, passeios, idas ao cinema, viagens ou até mesmo a procura de um emprego. Cada lugar percorrido ganho um novo significado e a partir dai a história do sujeito vai ganhando também um novo contorno.
A família é chamada muitas vezes a participar desse processo, sendo de extrema importância que esta também seja ouvida em seu contexto. O sucesso do tratamento depende e muito da influência das pessoas que convivem com o paciente e fazem parte da sua história.
Muito mais que apenas acompanhar o sujeito pelas ruas e lugares da cidade, o acompanhante empresta seu corpo para dar contorno ao sujeito, empresta sua fala quando a do sujeito não pode ir até o final, serve também de modelo a comportamentos diferentes, a um viver mais saudável.

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