miércoles, 2 de noviembre de 2011

Um pouco sobre : Distúrbio de déficit de atenção

Muito se tem falado a respeito das dificuldades de aprendizagem e atenção e a quantidade de crianças que são encaminhadas pelos professores para avaliação médica, psicológica vem aumentando nos últimos anos.
Cerca de 5% da população possui algum tipo de dificuldade de atenção ou concentração, incluindo não somente crianças e adolescentes como também adultos.
Para quem acreditava que somente as crianças podiam desenvolver o distúrbio de déficit de atenção, outras parcelas da população frequentemente apresentam essas mesma dificuldades, já que os sintomas não “apenas desaparecem” conforme a criança cresce. Por outro lado, à medida que a pessoa cresce, os sintomas tendem a sofrer algumas modificações até mesmo por conta das exigências sociais e situações cotidianas vividas. Nessa medida a escola dá lugar ao trabalho, o dever de casa as tarefas “domésticas” e assim por diante.
O distúrbio de déficit de atenção é mais comum em meninos do que em meninas, até mesmo pela “facilidade” em diagnosticar, já que geralmente os meninos apresentam o sintoma de hiperatividade associado. Dentre as variações do distúrbio podemos destacar o sintoma de hiperatividade que pode estar presente ou não. Nesse caso, as meninas com “DDA” podem manter-se distante, pensativa, durante as atividades escolares, incapaz de prestar atenção ao que diz os professores, enquanto o menino, correndo, levantando, se movimentando constantemente acaba por chamar mais a atenção daqueles que estão ao redor.
O diagnóstico é realizado com freqüência na infância e para isso é necessário procurar um profissional, capaz de realizar os testes e entrevistas necessários. Embora a infância seja o período de constatação do distúrbio, muitos adultos passam por essa fase e somente quando cansados de tentar lidar com a baixa auto-estima, dificuldades de atenção no trabalho, dificuldades de relacionamento interpessoal, sono difícil com impossibilidade de descansar é que acabam procurando ajuda psicológica e tomam conhecimento das causas de tanto desconforto.
Dentre as características principais do distúrbio temos:
  • Impulsividade – faz as coisas primeiro, depois pensa sobre elas, toma atitudes e diz coisas que depois achava melhor não ter feito. Termina frases antes das outras pessoas, tem dificuldades em esperar, enfrentar filas.
  • Hiperatividade – Aumento da atividade motora, a pessoa não consegue ficar quieta, tende a se mexer muito, balançar as pernas, levantar, etc.
  • Distração – é muito freqüente, muitas vezes a pessoa se levanta para fazer alguma coisa e acaba fazendo outra, pois se esqueceu do que iria fazer. No ambiente de trabalho e estudos, fica mais evidente, pois o indivíduo não consegue estar atento às atividades a serem desempenhadas.
Os sintomas mais freqüentes são:
  • Dificuldades em manter a atenção, acaba se distraindo com qualquer coisa;
  • Dificuldades em prestar atenção quanto alguém está falando;
  • Interrompe as pessoas durante uma conversa;
  • Hiperfoco – fica muito concentrado quando o assunto lhe interessa;
  • Tendência a esquecer coisas, palavras, etc.;
  • Começa várias atividades, mas não termina;
  • Se mexe muito, balança as pernas, movimenta as mãos, rabisca, mexe no cabelo;
  • Sensação de inquietação;
  • Fica remoendo situações;
  • Faz várias coisas ao mesmo tempo;
  • Fala sem parar;
  • Tendência a se envolver em situações de risco;
  • Baixa tolerância à frustração;
  • Dificuldades em esperar;
  • Fala sem pensar;
  • Faz compras, troca de emprego, termina relacionamentos sem avaliar a situação;
  • Baixa auto-estima;
  • Desempenho abaixo do esperado na escola ou trabalho;
  • Criatividade acentuada;
  • Bom desempenho sob pressão;
  • Tendência a se “magoar” facilmente;
  • Dificuldade em se relacionar com as demais pessoas;
A pessoa com distúrbio de déficit de atenção para tentar dar conta de suas dificuldades pode estabelecer rotinas diárias no sentido de organizar suas atividades, porém deve estar atenta para não cometer um excesso de preocupações com isso.
O adulto com “DDA” pode não apresentar os mesmos sintomas das crianças, porém muitas vezes as necessidades e regras de conduta social, camuflam muitos deles. Os sintomas podem se apresentar na impossibilidade de prestar atenção durante palestras, reuniões; dificuldades em realizar tarefas “chatas” ou cansativas; impossibilidade de ficar parado estando constantemente rabiscando, desenhando, escrevendo, manipulando algum objeto; dificuldades com prazos de entrega e organização; dependência excessiva em relacionamentos e até mesmo quanto ao sono, não conseguindo dormir, pois os pensamentos não se acalmam, necessidade de levantar.
O tratamento pode envolver tanto a parte médica ( medicamentos para controlar os sintomas), psicológica ( afetivo-emocional, relacionamento interpessoal, conflitos, ansiedade, auto-estima) quanto a parte fonoaudiológica ( principalmente em crianças).
Por vezes outras psicopatologias podem estar associadas ao distúrbio, como por exemplo, a depressão, transtorno obsessivo-compulsivo, dependência química, etc. É necessário estar atento a esses quadros diferenciados para que o tratamento tenha sucesso.
A pessoa com "DDA" possui potencialidades que devem ser desenvolvidas, assim é muito freqüente ouvirmos que sob pressão os trabalhos acabam sendo muito bons, embora haja certa dificuldade em lidar com prazos de entrega. Para desenvolver-se a pessoa precisa aprender a lidar com suas dificuldades e com suas potencialidades, desejos, vontades, encontrando equilíbrio e por vezes construindo junto ao psicólogo novas maneiras de se comportar e pensar.

lunes, 24 de octubre de 2011

Transtorno Bipolar - a vida pelos opostos


O transtorno bipolar é considerado uma perturbação afetiva, onde a pessoa apresenta episódios de mania (euforia) alternados com episódios depressivos. As crises nem sempre seguem essa mesma ordem, ou seja, a pessoa pode apresentar crises depressivas sem necessariamente apresentar crises maniacas, nesse intervalo. Dessa forma, os pacientes apresentam mais episódios de um estado e poucos de outro.
Estima-se que cerca de 0,5% das pessoas desenvolvam o transtorno, sendo a idade média para o “aparecimento” dos sintomas por volta dos 30 anos, porém a idade não é um fator limitador, há casos nas mais variadas idades. Dentre as pessoas acometidas pelo transtorno bipolar, cerca de metade delas podem ter parentes que também possuem o transtorno.

Como o padrão das crises não é necessariamente uniforme, o diagnóstico pode ser dificultado, muitas vezes levando um tempo maior para sua conclusão. Assim como o início do transtorno pode ser marcado por uma crise tanto depressiva quanto maníaca, de forma abrupta ou não.

Quando os sintomas aparecem “repentinamente” é mais fácil notar, pois a pessoa pode passar de um estado depressivo para um estado oposto, onde apresenta atitudes onipotentes, egoístas, mostrando-se falador, alegre, realizador, porém de uma maneira um tanto quanto extremada.

Se em alguns casos encontramos ambos estados bem caracterizados, em outros podemos ter a presença das duas coisas quase que simultaneamente. Assim, dentro de um quadro depressivo, temos um comportamento diferente, podendo envolver gastos excessivos, atitudes impulsivas marcadas pela onipotência e até mesmo a realização de vária atividades ao mesmo tempo, porém sem conseguir responsabilizar-se por nenhuma.

Lembro-me de um paciente em estado maníaco que de uma hora para outra, pegou o avião e foi viajar, ficando dias desaparecido. A família, desesperada, tentava entrar em contato, mas não conseguiram localizá-lo. Após semanas, o paciente liga dizendo onde se encontrava. Nesse caso, a família só tomou conhecimento do ocorrido após encontrá-lo, em dificuldades até mesmo financeiras, pois todo o dinheiro que ele tinha levado foi gasto.

No intervalo entre os estados, a pessoa pode parecer normal ou mesmo apresentar leves sintomas, mas de forma a realizar as atividades cotidianas sem dificuldades. Já outras pessoas podem não se recuperar, apresentando comprometimento das atividades do dia-a-dia, entretanto esses casos são menos freqüentes.
Quando na fase depressiva a pessoa pode apresentar falta de energia, cansaço constante, inibição das atividades, tristeza, melancolia, insegurança, baixa auto-estima, pouco interesse pela “vida”, dificuldades de atenção, lentidão até mesmo para o encadeamento de idéias. A pessoa pode, durante uma conversa, parar de falar ou mesmo não concluir um pensamento por conta da dificuldade em concentrar-se e elencar idéias e até mesmo pelo pouco interesse nas coisas cotidianas. Em um estágio mais grave, os laços afetivos acabam sendo evitados, aumentando o isolamento social. A culpa pelos “erros” do passado podem ser freqüentes, levando a lamentações e irritabilidade . A dificuldade para dormir também pode estar presente, bem como a dificuldade em levantar-se pela manhã. Já, em um outro momento podemos ter o excesso de sono como uma fuga da realidade. O sono não é a única coisa que sofre alterações, podemos observar isso quanto a alimentação e o desejo sexual.

Muitas vezes a depressão pode ser mascaradas por doenças físicas como ulceras, gastrite, doenças de ordem psicossomática, ou seja, causadas até mesmo pela própria depressão.

As idéias suicidas podem estar presentes, porém a chance de não se concretizarem é grande pelo sentimento de falta de energia para tal. Mesmo assim, devem ser olhadas com muito critério e atenção.

Na fase maníaca temos sentimentos opostos e frequentemente exagerados como alegria e sentimentos de grandiosidade. A pessoa pode se considerar alguém muito especial, alimentando fantasias onde é dotada de capacidades e poderes especiais. Nada é impossível para essa pessoa. Por vezes podem se tornar socialmente inconvenientes, alimentados pelos sentimentos de grandiosidade, falta de limites, excesso de atividades onde eles sabem de tudo, podem tudo, fazem tudo. A pessoa pode não conseguir concluir idéias, falando sem parar, emendando uma idéia na outra repetidamente e distraindo-se com freqüência, devido a percepção mais aguçada. Os comportamentos impulsivos podem levar a grandes problemas financeiros, já que tendem a gastar excessivamente. Dessa forma, o comprometimento social também pode ser grande, já que a pessoa pode passar por situações vexatórias através de seu comportamento inadequado. O desejo sexual também fica acentuado levando a situações de perigo envolvendo contágio por doenças sexualmente transmissíveis.

As causas do transtorno bipolar estão relacionadas a situações estressantes como traumas, acidentes, mortes, períodos de conflito no qual a pessoa não consegue “supera-los” de maneira satisfatória.
O tratamento do transtorno bipolar deve ser feito com medicamentos e psicoterapia, podendo ser individual ou mesmo familiar, já que há conseqüências fortes e desestruturantes para a mesma. O engajamento do paciente no tratamento deve ser constantemente reforçado, visto que o mesmo tende a abandonar o tratamento na fase maníaca pois se sente muito bem, enquanto que na fase depressiva nada pode ajudá-lo. Os sintomas estando “controlados”, há possibilidade de trabalhar os conteúdos relativos e advindos do transtorno, buscando sempre melhorar a saúde integral da pessoa.

jueves, 20 de octubre de 2011

Contextualizando as dificuldades de aprendizagem


Muito se tem falado acerca das dificuldades de aprendizagem, assim como o aumento dos casos de crianças encaminhadas aos consultórios de psicologia para avaliação e tratamento.
O tema é bastante controverso em se tratando da opinião dos diversos profissionais atuantes como: médicos, fonoaudiólogos, psicólogos, professores e psicopedagogos, muitas vezes acaba dando margem a rótulos e atitudes discriminatórias.
Os alunos recebidos no consultório geralmente são encaminhados pela escola em que estudam, senão por um professor com um “olhar” mais atento. Dessa forma, os alunos que não conseguem atingir os objetivos propostos podem ser atribuídos de uma dificuldade em aprender, onde a “falta” a ser tratada de encontra no próprio aluno, desconhecendo o contexto em que ele aprende, ou seja, o método de ensino, o ambiente escolar, problemas físicos, entre outros.
A dificuldade de aprendizagem anteriormente era atribuída a carências sócio-culturais, desnutrição, dificuldades econômicas e estruturais, além de “disfunções cerebrais”. A dificuldade centrada na criança isentava a escola de sua participação no fracasso escolar.
A partir do ponto de vista da psicopedagogia outros fatores passaram a ocupar um lugar de destaque nessa problemática, entre eles: papel da família, da escola e da sociedade. Dessa maneira a psicopedagogia busca compreender como esses fatores se relacionam e influenciam de maneia favorável ou não o processo de aprendizagem, tomando o contexto geral no qual o aluno está inserido.
Alguns sintomas a serem observados :
  • hiperatividade, hipoatividade, dificuldade de coordenação motora;
  • baixo nível de concentração, dispersão;
  • problemas de seriações, inversão de números, repetidos erros de cálculo ;
  • problemas na codificação/decodificação simbólica, irregularidades na lectoescrita (habilidade de ler e escrever), disgrafias ( alteração da escrita ligada a problemas perceptivos e motores) ;
  • desajustes emocionais leves, baixo auto-estima;
  • dificuldades de fixação de conteúdos (memória);
  • reprodução inadequada de formas geométricas, confusão entre figura e fundo, inversão de letras
  • inibição na participação, pouca habilidade social, agressividade.
Com a mudança de perspectiva, os professores passam a adotar uma postura mais compreensiva , levando em conta as peculiaridades de cada aluno e incitando-o a mostrar aquilo que ele já sabe, utilizando suas potencialidades. Dessa foma, os profissionais que atendem os alunos com dificuldades de aprendizagem passam a interagir com o ambiente escolar a fim de realizar um trabalho em conjunto de maneira a atender as necessidades de cada aluno, orientando os professores participantes e ouvindo-os em sua atividade.
Para poder auxiliar o aluno com dificuldades de aprendizagem todo o contexto deve ser trabalhado. Assim, a família também tem um papel importante tanto na estimulação da criança, quanto no apoio e acolhimento desta e deve estar atenta as necessidades que forem surgindo. O psicólogo ou psicopedagogo deve ser capaz de trabalhar as dificuldades decorrentes desse processo, procurando estimular as potencialidades, retomar o gosto pelo aprender (muitas vezes prejudicado pelas dificuldades) e fazer a mediação entre escola, família e criança.
O atendimento psicopedagógico de crianças se dá de maneira adequada a sua faixa etária, levando em conta seu desenvolvimento. Dessa forma, os jogos, brincadeiras, atividades cotidianas, são incluídas no tratamento, sendo capaz de chamar a atenção desses sujeitos de modo a conseguirem se expressar e compreender tanto suas dificuldades quanto suas potencialidades, podendo desenvolver-se de acordo com seu tempo. A observação da criança deve ser algo constante, já que o diagnóstico precoce permite um prognóstico mais favorável bem como um processo de tratamento e reabilitação mais rápido. Além disso, a exposição a frustração decorrente das dificuldades apresentadas pode ser evitada, possibilitando a criança maior disposição e receptividade quanto ao processo de aprendizagem.

lunes, 19 de septiembre de 2011

Psicologia e bem estar : quando a saúde vira doença



A saúde hoje é entendida como bem-estar integral da pessoa, seja física, psicológica ou mesmo social. A pessoa é então, compreendida na sua totalidade, onde todos os aspectos devem estar em equilíbrio e harmonia.
A busca pelo bem-estar é uma constante na sociedade atual. Queremos melhor qualidade de vida no trabalho, lazer, procuramos conforto, alimentação balanceada e de qualidade, estudamos cada vez mais, buscamos informações, fazemos exercícios, relacionamentos, etc.
Existe uma pressão social para que estejamos sempre em movimento e que isso seja cada vez mais dinâmico. As mudanças tecnológicas nos impulsionam para esse mundo que se renova a cada instante e que é possível fazer mais coisas em menos tempo. Assim, queremos muitas coisas e queremos quase que imediatamente ao desejo.
De certa forma, o acesso a informação e também o consumo de bens pode nos propiciar algo perto disso, porém nem tudo funciona assim. Os relacionamentos devem ser sempre “cultivados”, o contato com outras pessoas é fundamental para o homem, assim como o cuidado com seu “mundo interior”, com aquilo que está além do físico.
Muito daquilo que se passa conosco internamente pode se manifestar no corpo, principalmente em forma de sintomas : dores de cabeça, tensão, dores de estômago, excesso ou falta de apetite, problemas motores, entre outras coisas.
A diferença entre o estado de saúde e o de doença se encontra na intensidade e freqüência com que apresentamos determinado comportamento. Aquilo que é saudável em excesso pode nos prejudicar. O descontrole emocional pode acarretar situações extremamente desconfortáveis e prejudiciais ao bem-estar da pessoa, levando inclusive a quadros de depressão, estresse, isolamento social.
Muitas vezes, a descoberta de que algo esta errado pode demorar algum tempo e quando de fato percebemos já estamos em uma situação da qual não conseguimos sair sem ajuda.
O cuidado com aquilo que temos de mais singular, nossa personalidade, nosso mundo interno, nossos valores, experiências, deve ser merecedor de atenção, pois é ai que de fatos existimos e por onde podemos nos expressar.
O psicólogo em sua atuação clínica procura auxiliar o sujeito na busca pelo autoconhecimento assim como na construção de um repertório de comportamentos mais saudável, buscando auxiliar na resolução de situações que parecem difíceis de serem superadas, na resolução de conflitos, oferecendo o suporte necessário a pessoa desenvolver suas potencialidades.






lunes, 12 de septiembre de 2011

Solidão na era da comunicação virtual



 
O advento da tecnologia trouxe consigo mudanças significativas nos relacionamentos. O contato “face a face” passou a ser mediado pelo computador. Se antes conhecíamos pessoas em atividades cotidianas como ir ao trabalho, escola, supermercado, entre outros lugares, hoje não nos preocupamos mais com as pessoas de nosso convívio, mas sim aquelas que conhecemos em grupos e ambiente virtual, onde podemos ser quem quisermos.
O contato mediado pelo computador nos proporcionou concretizar toda e qualquer fantasia, pois nesse ambiente podemos ter características, status, poder, etc que pudermos imaginar e ainda estarmos protegidos pelo “anonimato”. Além disso, quando não quisermos mais é só fechar a tela.
Dessa forma, toda a pressão social em ter e ser, pode ser satisfeita. A menina tímida se transforma em uma mulher poderosa e sedutora, o homem em idade avançada em um jovem, o garoto que se acha pequeno pode ter um corpo invejável. O que dizemos e mostramos na internet condiz muito mais com o que gostaríamos de ser do que o que realmente somos.
Com tantas facilidades de estar em contato com outras pessoas, seja pessoalmente ou em ambiente virtual, a solidão parece mais presente do que nunca, porém esse tema não encontra muito espaço para discussão.
O individualismo presente na sociedade atual, leva ao isolamento das pessoas : estamos cercados por pessoas mas a qualidade dos relacionamentos não é suficientemente boa e o sentimento de estar sozinho no mundo encontra seu lugar.
Quando saímos do ambiente virtual onde somos nossos ideais, a dura realidade de limitações, faltas fica mais evidente, podendo levar o sujeito a sentir-se frustrado com aquilo que tem e que é.
A solidão esta presente em todas as faixas etárias: crianças, adolescentes, adultos e idosos. Podendo estar relacionada ao isolamento social e a depressão. Nesse caso, a pessoa se encontra em um estágio onde somente a vontade de “sair dessa” pode não ser o suficiente. Assim, o tratamento psicológico pode ajudar a pessoa a construir uma nova
maneira de lidar com pensamentos e comportamentos negativos e desfavoráveis ao seu bem-estar e a encontrar um novo sentido às suas vivências.
Se por um lado a internet facilitou a comunicação, por outro prejudicou os relacionamentos interpessoais. Estamos cercados por pessoas, porém não nos sentimos a vontade para sermos nós mesmo, para expressar nossas opiniões, sentimentos, expectativas, frustrações. O ambiente virtual muitas vezes serve de máscara escondendo o verdadeiro “eu”, suas potencialidades e limitações.

lunes, 5 de septiembre de 2011

Um pouco sobre Distimia


Muito se tem falado sobre os estados depressivos, seus sintomas e tratamentos, porém a forma como se trata esses transtornos de humor acaba por englobar diversos “níveis” sem fazer nenhuma distinção entre eles.
A distimia pode ser entendida como um transtorno afetivo da personalidade onde a pessoa tende a ter uma visão negativa do mundo, estando sempre mal-humorada, triste, melancólica, baixa auto-estima, baixa energia, acentuando frequentemente o lado negativo das coisas enquanto deixa de dar importância aos aspectos positivos. Nesse caso não há um prejuízo severo na vida social e profissional da pessoa, porém há algum comprometimento que deve ser olhado.
O sentimento de menos valia e o negativismo faz com que a pessoa não se sinta merecedora de aproveitar as coisas “boas” da vida, ter lazer, ter prazer podendo levar ao isolamento social, insônia e aumento da ansiedade.
As crianças também podem ser acometidas por esse transtorno, estando muitas vezes relacionado as dificuldade de aprendizagem. O período de maior freqüência é a adolescência, porém pessoas em diversas etapas da vida podem desenvolver a distimia, estando relacionada a uma maior incidência em mulheres.
Diferente da depressão que pode se instalar de maneira repentina, a pessoa com distimia apresenta constantemente o mau-humor e negativismo, vindo a se constituir como uma doença crônica. Assim o diagnóstico deve envolver um período de aparecimento dos sintomas de pelo menos dois anos consecutivos.
Muitas vezes a pessoa com distimia acredita que os sintomas apresentados por ela fazem parte de sua personalidade não conseguindo enxergar possibilidade de melhora. Nesse período podem ocorrer episódios de depressão, porém com o retorno ao estado anterior.
A distimia pode ser tratada, podendo devolver ao indivíduo uma condição de vida mais saudável, onde suas potencialidades podem ser trabalhadas e desenvolvidas. Para que isso aconteça é necessário um tratamento psicológico e por vezes médico, no sentido de administrar a medicação necessária ao controle dos sintomas. O tratamento associado tem maiores chances de sucesso, pois ao mesmo tempo em que os sintomas estão sendo controlados a psicoterapia irá ajudar a pessoa a construir uma nova maneira de “viver”, de estabelecer relações interpessoais.
Quando a distimia não é tratada, o transtorno pode se agravar evoluindo para casos de depressão onde o isolamento social é muito freqüente assim como a impossibilidade da pessoa ao realizar atividades cotidianas e até mesmo há possibilidade de suicídio.

martes, 23 de agosto de 2011

Dismofia Corporal : quando a imagem fere



Em meio a uma sociedade onde moda, comportamento e maneira de pensar são constantemente “sugeridos” os padrões de beleza, medidas do corpo, tipo de cabelo, entre outras características físicas não poderiam estar de fora.

Quem não quer ter o corpo da atriz ou do ator de novela, o mesmo cabelo, o tipo do rosto ? Cada vez mais pessoas apresentam esse ideal e o acesso a técnicas de transformação corporal também ficaram mais acessíveis. Assim, fazer uma cirurgia plástica hoje é algo comum, mudar os cabelos então...são tantas técnicas e tantas possibilidades.

A pressão social para seguir determinados padrões pode influenciar as pessoas a desejar ser algo muito diferente do que são. Nesse caso, a insatisfação e a baixa auto-estima tendem a aumentar conforme o nível de diferença entre o que se é e o que se deseja ser. Ao olhar no espelho e não encontrar a imagem ideal, muitas pessoas tendem a buscar alternativas para conseguir tornar isso realidade, seja na academia, nos salões de estética, nas dietas ou mesmo nas cirurgias. A saúde e o bem-estar passam a ocupar o segundo plano dando lugar aos excessos.

A pessoa insatisfeita com sua imagem corporal tende a encontrar defeitos onde deveria haver qualidades. Assim, as pernas são grossas demais, a altura deveria ser maior alguns centímetros, a cor da pele mais bronzeada, os olhos mais claros, os cabelos lisos, etc. O descontentamento excessivo tende a provocar prejuízos a saúde como um todo já que interfere tanto nos aspectos físicos, quanto psicológicos e sociais. Aos poucos a pessoa se afasta do convívio com os demais por achar que seus “defeitos” são intoleráveis, por não corresponder ao socialmente aceitável.

A dismorfia corporal pode ser tratada no início dos sintomas, tendo a família um papel fundamental a desempenhar, no sentido de mostrar a pessoa que todos somos diferentes, que possuímos qualidades, sempre exaltando os aspectos positivos e as potencialidades ali presentes. O tratamento psicológico e até mesmo psiquiátrico por vezes também é necessário, no sentido de oferecer as condições necessárias à construção de uma imagem de si mesmo, onde há espaço para reconhecer as qualidades e poder estar bem consigo mesmo de uma maneira saudável.

Dentre os principais sintomas da dismorfia corporal temos: mau humor, insatisfação constante, dificuldade em desempenhar tarefas, dificuldade de relacionamento, falta de iniciativa, prejuízo na capacidade criativa, inibição, timidez, podendo chegar a um estado mais grave.

Embora a busca pelo bem-estar esteja em evidência, os padrões sociais também se mostram mais exigentes e acompanhar essas tendências nem sempre é possível. Saudável mesmo é aprender a reconhecer o que cada um tem como algo positivo e singular.

sábado, 6 de agosto de 2011

Orientação Vocacional


O mercado de trabalho sofreu grandes mudanças nos últimos tempos. Se antes as profissões de maior destaque eram medicina, direito, engenharia, hoje a gama de profissões aumentou consideravelmente.
O adolescente, no momento da escolha profissional deve levar em conta algumas coisas para tomar uma decisão: que tipo de atividades gosta de fazer, ganhos relacionados a profissão, mercado de trabalho, imagem que se tem da profissão, expectativas dos pais e familiares, onde quer estudar, entre outras coisas.
Quando realizo a  orientação vocacional com os alunos  do ensino médio, me deparo com algumas variáveis que eles consideram importantes: salário, possibilidade de emprego, o que meus pais querem que eu seja, matérias estudadas na faculdade e a faculdade. Será apenas isso???
O momento da escolha deve ser trabalhado no sentido de propiciar a pessoa o conhecimento de si mesmo e também das profissões para que este se sinta seguro ao tomar uma decisão. Além disso, deve ficar claro que as escolhas feitas implicam em deixar para traz o que não foi escolhido, porém sempre há possibilidade de mudar.
Muitos adolescentes acreditam que podem escolher a profissão errada e ai reside o maior medo deles. A profissão errada pode não existir, assim como a profissão certa engloba várias possibilidades. Não há um certo e errado bem definido, o que existe são escolhas.
A expectativa dos pais em relação ao futuro dos filhos também influencia muito na tomada de decisão, já que o adolescente quer seguir seu caminho ao mesmo tempo em que não quer "desapontar" os pais. Assim, as dúvidas surgem, muitas vezes por caminhos opostos e o conflito entre aquilo que se quer e aquilo que os outros querem passa a ser determinante.
Durante a orientação vocacional procuramos propiciar ao adolescente a possibilidade de se conhecer, conhecer o caminho percorrido pelo graduando até a formação e as atuações em cada profissão, bem como o mercado de trabalho atual e as expectativas sociais.
As escolhas norteiam nossas vidas, porém saber escolher é o que difere uma escolha que atenda as expectativas de outra frustrante. Quanto mais variáveis e conhecimentos temos do contexto maior a chance de escolhermos acertadamente.

martes, 26 de julio de 2011

Um pouco sobre : Síndrome de Burnout

A Síndrome de Burnout está relacionada ao estresse intenso com prejuizos fisicos e emocionais, em uma situação de trabalho, principalmente quando exige contato frequente com outras pessoas. Dessa forma, as profissões consideradas de "ajuda" apresentam maior frequencia da sindrome.
Os profissionais tendem a apresentar comportamento agressivo e irritadiço, exaustão emocional, avaliação negativa de si mesmo, depressão e insensibilidade com relação a quase tudo e todos.
As profissões mais acometidas pela síndrome são: médicos, psicólogos, psicanalistas, carcereiros, assistentes sociais, comerciários, professores, atendentes públicos, enfermeiros, funcionários de departamento pessoal, telemarketing, bombeiros entre outras.
A pessoa acometida pela síndrome acaba por perder o interesse pelo trabalho, onde o mesmo passa a não ter mais importância, portanto deixa de fazer suas atividades profissionais pois "não há serventia alguma".
Entre os fatores tidos como desencadeantes da síndrome temos: pouca autonomia no desempenho profissional, problemas de relacionamento com as chefias, problemas de relacionamento com colegas ou clientes, conflito entre trabalho e família, sentimento de desqualificação e falta de cooperação da equipe. 
Os primeiros anos de trabalho do profissional, seriam os mais vulneráveis ao aparecimento da síndrome, assim como há maior incidências em mulheres, talvez devido a dupla jornada de trabalho ( casa e trabalho fora).
A síndrome se difere do estresse, pois está relacionada ao ambiente de trabalho em si, enquanto o estresse diz respeito a vida pessoal da pessoa, embora possa interferir profissionalmente.
Alguns sintomas são bastante comuns na síndrome, entre eles:
  • Esgotamento emocional, com diminuição e perda de recursos emocionais
  • Despersonalização ou desumanização, que consiste no desenvolvimento de atitudes negativas, de insensibilidade ou de cinismo para com outras pessoas no trabalho ou no serviço prestado.
  • Sintomas físicos de estresse, cansaço e mal estar geral.
  • Manifestações emocionais do tipo: falta de realização pessoal, tendências a avaliar o próprio trabalho de forma negativa, vivências de insuficiência profissional, sentimentos de vazio, esgotamento, fracasso, impotência, baixa autoestima.
  • Irritabilidade, inquietude, dificuldade para a concentração, baixa tolerância à frustração, comportamento paranóides e/ou agressivos para com os clientes, companheiros e para com a própria família.
  • Fadiga crônica, freqüentes dores de cabeça, problemas com o sono, úlceras digestivas, hipertensão arterial, taquiarritmias, e outras desordens gastrintestinais, perda de peso, dores musculares e de coluna, alergias, etc.
  • Condutas aditivas e evitativas, consumo aumentado de café, álcool, fármacos e drogas ilegais, absenteísmo, baixo rendimento pessoal, distanciamento afetivo dos clientes e companheiros como forma de proteção do ego, aborrecimento constante, atitude cínica, impaciência e irritabilidade, sentimento de onipotência, desorientação, incapacidade de concentração, sentimentos depressivos, freqüentes conflitos interpessoais no ambiente de trabalho e dentro da própria família.
O diagnóstico da síndrome assim como seu tratamento deve ser feito por um profissional adequado, visto que se trata de uma situação bastante delicada e a falta de habilidades para possiveis intervenções pode agravar o caso.

martes, 19 de julio de 2011

Estresse e a vida moderna

Quem nunca ouviu alguém dizer ou até mesmo disse que estava estressado???
Palavra bastante comum nos dias de hoje, afinal a pressão diária envolvendo o trabalho, estudo, família e até mesmo entre o "ser" e o "ter" nos deixa estressados.
O estresse é mais complexo  do que seu uso "comum" mostra ser.
O termo não conota algum ruim, mas em um primeiro momento algo essencial a vida. O estresse é uma resposta do organismo nos preparando para uma situação de luta ou fuga. Sua presença está relacionada a preservação da espécie.
Atualmente não precisamos mais nos defender de predadores, porém ainda há muitas coisas capazes de provocar estresse. Essas coisas podem ser internas ou externas ao sujeito. Assim, temos como condições externas  dor, frio ou calor excessivos e situções internas psicologicamente estressantes podem ser  más condições de trabalho, problemas de relacionamentos, insegurança, etc. Como condições internas os valores e o modo de experienciar o mundo é que irão determinar o tipo de situação potencialmente estressante.
Na maioria das circunstâncias de estresse agudo, uma vez eliminado o fator estressante, a resposta do organismo se inativa. Entretanto, a vida moderna freqüentemente nos expõe a situações cronicamente estressantes, e a resposta do organismo ao estresse não é suprimida. Dentre os fatores estressantes crônicos, estão a pressão no trabalho, problemas de relacionamento, solidão, problemas financeiros e a insegurança.
O estresse tem um importante papel no desempenho de atividades como competições esportivas, reuniões importantes, ou em situações de perigo, em que  pode ser um importante aliado proporcionando um aumento da capacidade física, raciocínio, memória e concentração através de alterações em todo o organismo.
Condições que favorecem os efeitos negativos:
  • Um acúmulo de situações persistentemente estressantes, particularmente aquelas de difícil controle, como a pressão no trabalho, um relacionamento infeliz.
  • Estresse persistente seguido de uma resposta aguda a um evento traumático, como um acidente automobilístico.
  • Um relaxamento ineficiente ou insuficiente.
  • Um estresse agudo em pessoas com doenças graves.
Entre os prejuizos psicológicos o estresse está associado a depressão, ansiedade, diminuição dos sentimentos de prazer e bem estar, dificuldades nos relacionamentos interpessoais.
Efeitos físicos do estresse:

  • Aumento da pressão arterial;
  • Maior risco de derrame;
  • Maior susceptibilidade a infecções;
  • Distúrbios gastrointestinais, como diarréia e constipação;
  • Desordens alimentares, ganho ou perda excessivos de peso;
  • Resistência à insulina que está associada ao diabetes tipo 2, e exacerbação do diabetes;
  • Dor de cabeça do tipo tensional;
  • Insônia;
  • Diminuição do desejo sexual e impotência temporária nos homens;
  • Exacerbação da tensão pré-menstrual;
  • Diminuição da concentração, inibição do aprendizado e redução da memória;
  • Exacerbação de lesões de pele, como por exemplo, à acne.
Para tratamento adequado um médico ou psicólogo deve ser procurado quando forem identificadas condições físicas e psicológicas associadas ao estresse, como sintomas cardíacos, dor significativa, ansiedade, ou depressão.

viernes, 15 de julio de 2011

Depressão e tristeza : tem diferença???

É comum nos depararmos com o uso do "estado depressivo" para indicar que alguém esta triste, mas será que tudo é a mesma coisa??
A tristeza como um sentimento, faz parte da vida "normal", está presente em algum momento no cotidiano das pessoas.
Já a depressão não é sinônimo de tristeza e sim uma psicopatologia que necessita de tratamento psicológico e também farmacológico. O sujeito depressivo não consegue "sair" sozinho dessa condição e para tanto se faz necessário o tratamento com profissionais adequados.
A depressão interfere no sujeito como um todo altera a maneira como a pessoa vê o mundo, como sente a realidade, entende as coisas, manifesta emoções, sente a disposição e o prazer com a vida, a forma como a pessoa se alimenta, o sono, como se sente em relação a si próprio e como pensa sobre as coisas.
Nesse caso não basta apenas mudar de pensamentos, viajar, conhecer pessoas diferentes, pois a depressão não é um estado de "espírito" passageiro. Se o tratamento por algum motivo não acontecer, a duração da depressão é variável podendo levar semanas, meses, anos para a pessoa conseguir se recuperar.
O quadro de depressão pode variar há pessoas que ficam caladas diante das suas preocupações, outras choram, outras contam suas dificuldades para todo mundo, outras sentem dor de estômago, alguns têm aumento da pressão arterial, enfim, cada um reagirá diferentemente diante de suas emoções.
As crianças deprimidas tentem a apresentar sintomas relacionados a escola, irritabilidade e nem sempre "tristeza" ou desanimo.
Para fazer o diagnóstico e propor o tratamento adequado é necessário consultar um bom profissional
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jueves, 7 de julio de 2011

TDAH - o que vem a ser?

O TDAH - transtorno de déficit de aprendizagem com hiperatividade é um transtorno neurobiológico que geralmente se manifesta na infância podendo acompanhar o sujeito por toda sua vida. Cerca de 3 a 5 % das crianças podem ter TDAH sendo que em metade dessas crianças o transtorno perdura durante toda a vida, porém com sintomas mais brandos.
Os principais sintomas são:  desatenção, inquietude e impulsividade.
As crianças com esse transtorno em geral tendem a apresentar dificuldades na escola e no relacionamento com os demais colegas e professores, sendo por vezes nomeados por "avoados", "ligados no 220", entre outras coisas. Esses "apelidos" se referem ao comportamento de não pararem quietos por muito tempo.
Já em adultos, podem ocorrer problemas em atividades diárias e profissionais, relacionadas a falta de atenção, memória, inquietação ( onde pessoa só consegue relaxar quando dorme) e impulsividade. A dificuldade em avaliar seu próprio comportamento também leva a uma imagem de que são egoístas, além de ter associado uso de alcool e drogas.
Atualmente há uma maior incidência no dignóstico de TDAH, inclusive há maior prevalência de crianças que chegam aos consultórios psicológicos com esse diagnóstico, muitas vezes inferido por professores ou membros da escola.
Em todo caso, só é possível diagnósticar o TDAH em consulta com um bom profissional, o qual deverá também indicar um tratamento adequado as necessidades do sujeito.

miércoles, 6 de julio de 2011

As Emoções no Ambiente de Trabalho

O ambiente profissional exige da pessoa uma postura difereciada daquele de quando estamos em casa com nossos amigos e parentes. Uma postura mais séria, coerente, racional.
A luta por uma postura mais adequada é uma luta sem fim dos profissionais, porém se por um lado hoje o trabalhador é visto de uma forma mais humanizada, com necessidades e desejos, por outro continuamos a presenciar conflitos no ambiente de trabalho causados por motivos pessoais e tratados também da mesma maneira.
O profissional como ser humano, tem sentimento e emoções que não podem simplesmente serem deixados de lado no horário do trabalho, porém devem ser administrados em prol da qualidade dos relacionamentos interpessoais.
A competência emocional é de suma importância ao bom desempenho profissional, principalmente aos cargos de maior responsabilidade.
Aqui apresento cinco emoções básicas e sua fisiologia e as consequências :

MEDO 
Sua presença altera os batimentos cardíacos, acelera a respiração, dilata as pupilas e reduz o fluxo de sangue  órgãos periféricos, preparando o corpo para a fuga.
Pessoas com medo tendem a fugir de compromissos, evitam desafios e apresentam baixos resultados.
O medo está relacionado com ameaças à sobrevivência.
Simbolicamente, podemos citar algumas situações que causam tal emoção:
•      Demissões em massa, que trazem como conseqüência a ameaça constante para aqueles que ficam.
•      Estilos gerenciais autoritários.
•      Mudanças bruscas no modelo de gestão, sem a devida sensibilização e preparo dos colaboradores.

RAIVA
Quando presente, gera tensão nos músculos, pupilas diminuídas, maior circulação de sangue nos órgãos periféricos, preparando o corpo para a defesa e o  ataque.
Pessoas com raiva tendem a manifestar comportamentos agressivos e de revide.
Um ambiente onde impera a raiva é pouco produtivo. A reboque, vem a desconfiança, o ciúme, a inveja e outros sentimentos que interferem sobremaneira no trabalho colaborativo de equipe.  Precisamos de times combativos e competitivos, porém unidos pela solidariedade.
Os principais fatores que geram a raiva são:
•      Injustiças
•      Posturas gerenciais agressivas e desqualificantes.

TRISTEZA
A postura de quem está triste  é fechada e voltada para o próprio umbigo. O abatimento, os ombros caídos, a ausência de vitalidade e a ausência do brilho no olhar, indicam tal emoção. Geralmente acontece quando alguém sente uma (ou diversas) perdas.
Como pode alguém preocupado e triste gerar resultados?
A tristeza induz à apatia, à falta de energia e à paralisação da ação. Ambientes muito introspectivos, geralmente carregam esta emoção.
As causas podem ser variadas:
•      Perda de status
•      Redução do espaço de poder
•      Perdas pessoais

ALEGRIA
Quem está alegre apresenta tônus vital elevado, energia, olhos brilhantes, movimento, riso fácil e disponibilidade para agir
Ao encontrar pessoas felizes, percebemos no ar algo diferente: o clima da paixão pelo que se está produzindo. Logicamente, um time alegre, onde a camaradagem se faz presente, tem maiores chances de gerar resultados e contagiar o ambiente com sua ação.
O que faz as pessoas felizes:
•      Reconhecimento
•      Atitudes éticas e coerentes
•      Possibilidades de desenvolvimento e crescimento profissional.
•      Desafios
•      Modelos de gestão abertos
•      Gerentes e líderes que são exemplo

AMOR
Alegria e amor caminham lado a lado. As duas emoções energizam o ser humano.  Porém o amor acalma, faz com que nosso organismo se harmonize, promovendo o bem estar físico
Onde o amor se faz presente percebe-se um “quê” de sagrado. As pessoas se respeitam, se ajudam, preocupam-se com o semelhante, abrem seus corações e suas mentes para um saber compartilhado. A retenção de talentos é facilitada, a gestão do conhecimento corre de forma natural e, consequentemente, os resultados se maximizam.
O que leva um time a amar o que faz:
•      Lealdade
•      Respeito
•      Trabalho significativo
•      Sistema de gestão aberto
•      Gerentes e líderes que amam o que fazem  e são matrizes de identidade

As diversas situações vividas no trabalho nos fazem experenciar diversas emoções, porém a maneira como lidamos com elas é que difere quanto ao bom desempenho profissional e a qualidade dos relacionamentos detro da empresa.
Cabe ao profissional aprender a lidar com suas emoções de modo a utilizá-las a seu favor, em seu benefício, para tanto, o auto-conhecimento se faz necessário.

martes, 5 de julio de 2011

Por que procurar um psicólogo?

Muitos alunos me procuram no sentido de orientá-los quanto a procura de um psicólogo: quando devo procurar um psicólogo? Como é que funciona a terapia ?
O momento para procurar um psicólogo é quando aparece uma necessidade, ou seja, quando há problemas ou dificuldades que parecem impossíveis de se resolver, quando há algum tipo de sofrimento para a pessoa ou mesmo para auto-conhecimento, valorização profissional, orientação vocacional e profissional.
O psicólogo é um profissional preparado para ajudar seja em momentos de conflitos e sofrimento ou mesmo nessa jornada em busca do auto-conhecimento.
Uma das principais funções do psicológo é realizar o psicodiagnóstico no sentido de compreender o funcionamento global do paciente,  a estrutura da personalidade e mesmo a deterioração mental.
Uma outra atividade seria o acompanhamento psicoterapêutico onde o psicólogo adota uma postura de suporte e contenção procurando  criar, em conjunto com a pessoa, estratégias de intervenção psicológica para diminuir, aliviar e até extinguir o sofrimento da pessoa, de modo a restabelecer o bem-estar e o equilíbrio emocional.
Além disso o psicólogo, na relação terapêutica, não realiza julgamentos mas sim estabelece um vínculo de confiança, compreensão, procurando dar condições para que a pessoa possa ampliar seu campo de visão no sentido de pode "viver" sob novas perspectivas, tomando conhecimento de suas características, potencialidades e limites em prol de seu crescimento pessoal.
Quando recebemos o paciente no consultório, estamos ali, disponíveis as suas expressões e necessidades, escutando-o em sua singularidade.

O que é a Psicopedagogia???

Na tentativa de esclarecer o significado do termo "psicopedagogia" podemos incorrer no erro de tentar desmembrar a palavra e dela tirar um significado como : psicopedagogia = psicologia + pedagogia. Entretanto o significado correto não está ai.
A psicopedagogia é um campo de conhecimento relacionado a área das ciências humanas que pretende estudar o processo de aprendizagem e suas possíveis dificuldades. Para tanto, faz uso da integração de vários campos do conhecimento, tais com a Psicologia, a Psicanálise, a Filosofia, a Pedagogia, Neurologia, entre outros. Dessa forma, o papel do psicopedagogo é agir como mediador no processo de apropriação e transmissão do conhecimento em caráter tanto preventivo quanto terapêutico.
A atuação do profissional permeia vários campos como a saúde e a educação, visto que o processo de aprendizagem ocorre em diferentes lugares. Além disso, envolve a família e a comunidade no sentido de orientar quanto as etapas do desenvolvimento.
O profissional encontra-se preparado para atender crianças, adolescentes e até mesmo adultos, atuando na prevenção, diagnóstico e tratamento das dificuldades de aprendizagem. Dessa forma, o trabalho pode ser desenvolvido em escolas, clínicas e  empresas.
Na clínica, o psicopedagogo fará uma entrevista inicial com os pais ou responsáveis para conversar sobre horários, quantidades de sessões, honorários, a importância da frequência e da presença e o que ocorrer, ou seja, fará o enquadramento. Em seguida, será feita a anamnese, onde serão coletados dados sobre o histórico do sujeito.
O diagnóstico dura de 8 a 10 sessões e ao término desse será feita uma proposta de tratamento visando atender as necessidades do sujeito.
Durante o tratamento são realizadas diversas atividades, com o objetivo de identificar a melhor forma de se aprender e o que poderá estar causando este bloqueio. Para isto, o psicopedagogo utilizará recursos como jogos, desenhos, brinquedos, brincadeiras, conto de histórias, computador e outras situações que forem oportunas. A criança, muitas vezes, não consegue falar sobre seus problemas e é através de desenhos, jogos, brinquedos que ela poderá revelar a causa de sua dificuldade. É através dos jogos que a criança adquire maturidade, aprende a ter limites, aprende a ganhar e perder, desenvolve o raciocínio, aprende a se concentrar, adquire maior atenção.
O psicopedagogo solicitará, algumas vezes, as tarefas escolares, observando cadernos, olhando a organização e os possíveis erros, ajudando-o a compreender estes erros.
Irá ajudar a criança ou adolescente, a encontrar a melhor forma de estudar para que ocorra a aprendizagem, organizando, assim, o seu modelo de aprendizagem.
Na instituição escolar, o psicopedagogo poderá desempenhar as seguintes atribuições:
- ajudar os professores, auxiliando-os na melhor forma de elaborar um plano de aula para que os alunos possam entender melhor as aulas;
- ajudar na elaboração do projeto pedagógico;
- orientar os professores na melhor forma de ajudar, em sala de aula, aquele aluno com dificuldades de aprendizagem;
- realizar um diagnóstico institucional para averiguar possíveis problemas pedagógicos que possam estar prejudicando o processo ensino-aprendizagem;
- encaminhar o aluno para um profissional (psicopedagogo, psicólogo, fonoaudiólogo etc) a partir de avaliações psicopedagógicos;
- conversar com os pais para fornecer orientações;
- auxiliar a direção da escola para que os profissionais da instituição possam ter um bom relacionamento entre si;
- Conversar com a criança ou adolescente quando este precisar de orientação.
É importante ainda frisar que o psicopedagogo deve estar sempre buscando aprimorar seus conhecimentos na área a fim de poder proporcionar um atendimento de maior qualidade.

viernes, 1 de julio de 2011

Bullying

Atualmente não passa uma semana sem que a mídia divulgue uma notícia sobre bullying. Basta abrir o jornal, ligar a televisão, acessar a internet e lá esta !
Quando pensamos em escola queremos imaginar um local propicio à aprendizagem, à educação. Um ambiente favorável ao trabalho em grupo e que estimule a criatividade dos alunos que ali estão, porém as atitudes agressivas e violentas também fazem parte desse contexto.
Falar em violência engloba não apenas a violência física mas também a psicológica. Violência não é apenas quanto um aluno bate no outro mas também quando coloca apelido, faz brincadeiras de "mau gosto", entre outras coisas.
O bullying é uma atitude agressiva , intencional e repetitiva de um indivíduo ou grupo sem motivo aparente e que visa agredir uma outra pessoa sem que essa tenha possibilidade de se defender, porém é realizada em uma situação desigual de poder.
A pessoa que está sofrendo bullying teme o agressor pelas ameaças e agressões concretizadas podendo vir a se isolar dos demais. Muitas vezes as testemunhas dessa agressão se silenciam por medo de se tornarem vítimas também e isso faz perpetuar a rotina de agressões e violência.
Será que a responsabilidade é somente de quem pratica o bullying???
As pessoas que se omitem em situações de violência também são, de determinada maneira, responsáveis por essas atitudes se repetirem. A atitude passiva frente a agressão não faz parar de acontecer mas sim prolonga o círculo vicioso.
O bullying pode ocorrer em qualquer ambiente, seja ele profissional, escolar e mesmo social ( entre vizinhos por exemplo). Na escola muitas vezes vemos a omissão desses atos que são tidos pelos alunos e até alguns profissionais, como "normal" daquele ambiente. Constranger pessoas, agredir, violentar não tem nada de "normal" e pelos princípios constitucionais brasileiros estão infringindo o direito ao respeito a dignidade humana.
Alguns casos de bullying já foram passíveis de  indenização ás vitimas. Digo aqui alguns casos, porque a maioria do que ocorre nem chega ao conhecimento das autoridades competentes.
Para ver esse contexto mudar, temos que começar a levar a sério as outras pessoas. 

jueves, 30 de junio de 2011

Acompanhamento Terapêutico


A primeira vez em que ouvi falar sobre acompanhamento terapêutico esta na faculdade, mas ou menos na metade do curso. No início a curiosidade falou mais alto e resolvi fazer o curso de formação em acompanhamento terapêutico no instituto " A Casa" em São Paulo.
O que é então o acompanhamento terapêutico???
Responder essa pergunta pode ser mais complexo do que parece. O acompanhamento terapêutico é um dispositivo de tratamento que visa "recolocar" o paciente no espaço social, ou seja, o acompanhamento terapêutico ocorre na cidade, na rua, fora do ambiente do consultório e pretende construir com o paciente ( aqui nada paciente) uma outra perspectiva de "estar no mundo" utilizando para isso suas potencialidades.
O acompanhamento terapêutico surgiu como proposta alternativa para o tratamento de pacientes psicóticos que antes permaneciam internados em hospitais psiquiátricos. O movimento anti-manicomial teve uma importante contribuição para a perspectiva de novos tipos de tratamentos e novas formas de ver e viver a loucura.
A loucura antes vista como perigosa e algo que deveria ser escondido, suprimido, passa então a ter um lugar, que deve ser visto e escutado. O paciente antes muitas vezes excluído do convívio social é convidado a participar desse espaço, porém de um modo diferente, um modo saudável onde há lugar para expressão de seus desejos, vontades, criatividade, necessidades.
O acompanhante terapêutico busca, então, chamar esse sujeito ás novas possibilidades de viver, seja através das saídas, passeios, idas ao cinema, viagens ou até mesmo a procura de um emprego. Cada lugar percorrido ganho um novo significado e a partir dai a história do sujeito vai ganhando também um novo contorno.
A família é chamada muitas vezes a participar desse processo, sendo de extrema importância que esta também seja ouvida em seu contexto. O sucesso do tratamento depende e muito da influência das pessoas que convivem com o paciente e fazem parte da sua história.
Muito mais que apenas acompanhar o sujeito pelas ruas e lugares da cidade, o acompanhante empresta seu corpo para dar contorno ao sujeito, empresta sua fala quando a do sujeito não pode ir até o final, serve também de modelo a comportamentos diferentes, a um viver mais saudável.