Todos já ouvimos em algum momento
a palavra Bullying, tão falada ultimamente, principalmente no ambiente escolar.
As crianças e adolescentes são o
tempo todos orientados por meio de trabalhos, palestras sobre as formas do
Bullying, como ele acontece, o que fazer. Mas sempre fico em dúvida quando
observo meus alunos, se de fato eles entendem a gravidade do assunto.
O Bullying é uma forma de
violência física e psicológica que acontece sucessivas vezes, ou seja, o ato de
violência deve ser repetido e regular. O incidente que acontece apenas uma vez,
embora ainda seja violência, não é considerado bullying.
Estudos comprovam que os alunos
que praticam tais atos, podem ter problemas com a orientação familiar, no
sentido de presenciarem cenas de agressão e violência em casa, bem como obterem
modelos de comportamento pouco tolerantes os pais e familiares. Dessa forma,
acreditam que para se reafirmarem, precisam mostrar-se superiores a alguém.
Esse alguém costuma ser diferente dos demais, seja o aspecto físico, seja pelos
comportamentos e atitudes. O alvo tende a ser o “diferente”, também o mais
fraco.
Embora com tantos exemplos
ocorrendo no Brasil, exemplos diários em nossas salas de aula e mesmo diante de
tantas orientações, percebo que não tem problema colocar um apelido no colega e
ficar o tempo todo chamando-o assim. Tirar sarro repetidamente por algum
acontecimento, excluir por alguma diferença, são comportamentos comuns nos
adolescentes de hoje.
Para eles, a violência esta lá
fora, em quem rouba, mata, mas não dentro da sala de aula, nas brincadeiras
muitas vezes infelizes e agressivas que os mesmos praticam diariamente. Mesmo
quando os professores alertam, a impressão que dá é de que esse absurdo não
acontece ali.
Estamos formando pessoas despreocupadas
com a atuação do grupo, o individualismo está se sobressaindo e se o interesse
não é seu, por que se preocupar? Percebo que falta tomar contato com a
problemática da violência, se colocar no lugar do outro (impossível?), buscar
algo melhor a si mesmo e aqueles que estão por perto.
A tarefa dos pais, professores
está relacionada à orientação, a dar oportunidade para que cada um possa se
desenvolver conforme seu potencial, mas não cabe a nós, escolher pelo outro,
mas sim ensinar a responsabilidade.