miércoles, 2 de noviembre de 2011

Um pouco sobre : Distúrbio de déficit de atenção

Muito se tem falado a respeito das dificuldades de aprendizagem e atenção e a quantidade de crianças que são encaminhadas pelos professores para avaliação médica, psicológica vem aumentando nos últimos anos.
Cerca de 5% da população possui algum tipo de dificuldade de atenção ou concentração, incluindo não somente crianças e adolescentes como também adultos.
Para quem acreditava que somente as crianças podiam desenvolver o distúrbio de déficit de atenção, outras parcelas da população frequentemente apresentam essas mesma dificuldades, já que os sintomas não “apenas desaparecem” conforme a criança cresce. Por outro lado, à medida que a pessoa cresce, os sintomas tendem a sofrer algumas modificações até mesmo por conta das exigências sociais e situações cotidianas vividas. Nessa medida a escola dá lugar ao trabalho, o dever de casa as tarefas “domésticas” e assim por diante.
O distúrbio de déficit de atenção é mais comum em meninos do que em meninas, até mesmo pela “facilidade” em diagnosticar, já que geralmente os meninos apresentam o sintoma de hiperatividade associado. Dentre as variações do distúrbio podemos destacar o sintoma de hiperatividade que pode estar presente ou não. Nesse caso, as meninas com “DDA” podem manter-se distante, pensativa, durante as atividades escolares, incapaz de prestar atenção ao que diz os professores, enquanto o menino, correndo, levantando, se movimentando constantemente acaba por chamar mais a atenção daqueles que estão ao redor.
O diagnóstico é realizado com freqüência na infância e para isso é necessário procurar um profissional, capaz de realizar os testes e entrevistas necessários. Embora a infância seja o período de constatação do distúrbio, muitos adultos passam por essa fase e somente quando cansados de tentar lidar com a baixa auto-estima, dificuldades de atenção no trabalho, dificuldades de relacionamento interpessoal, sono difícil com impossibilidade de descansar é que acabam procurando ajuda psicológica e tomam conhecimento das causas de tanto desconforto.
Dentre as características principais do distúrbio temos:
  • Impulsividade – faz as coisas primeiro, depois pensa sobre elas, toma atitudes e diz coisas que depois achava melhor não ter feito. Termina frases antes das outras pessoas, tem dificuldades em esperar, enfrentar filas.
  • Hiperatividade – Aumento da atividade motora, a pessoa não consegue ficar quieta, tende a se mexer muito, balançar as pernas, levantar, etc.
  • Distração – é muito freqüente, muitas vezes a pessoa se levanta para fazer alguma coisa e acaba fazendo outra, pois se esqueceu do que iria fazer. No ambiente de trabalho e estudos, fica mais evidente, pois o indivíduo não consegue estar atento às atividades a serem desempenhadas.
Os sintomas mais freqüentes são:
  • Dificuldades em manter a atenção, acaba se distraindo com qualquer coisa;
  • Dificuldades em prestar atenção quanto alguém está falando;
  • Interrompe as pessoas durante uma conversa;
  • Hiperfoco – fica muito concentrado quando o assunto lhe interessa;
  • Tendência a esquecer coisas, palavras, etc.;
  • Começa várias atividades, mas não termina;
  • Se mexe muito, balança as pernas, movimenta as mãos, rabisca, mexe no cabelo;
  • Sensação de inquietação;
  • Fica remoendo situações;
  • Faz várias coisas ao mesmo tempo;
  • Fala sem parar;
  • Tendência a se envolver em situações de risco;
  • Baixa tolerância à frustração;
  • Dificuldades em esperar;
  • Fala sem pensar;
  • Faz compras, troca de emprego, termina relacionamentos sem avaliar a situação;
  • Baixa auto-estima;
  • Desempenho abaixo do esperado na escola ou trabalho;
  • Criatividade acentuada;
  • Bom desempenho sob pressão;
  • Tendência a se “magoar” facilmente;
  • Dificuldade em se relacionar com as demais pessoas;
A pessoa com distúrbio de déficit de atenção para tentar dar conta de suas dificuldades pode estabelecer rotinas diárias no sentido de organizar suas atividades, porém deve estar atenta para não cometer um excesso de preocupações com isso.
O adulto com “DDA” pode não apresentar os mesmos sintomas das crianças, porém muitas vezes as necessidades e regras de conduta social, camuflam muitos deles. Os sintomas podem se apresentar na impossibilidade de prestar atenção durante palestras, reuniões; dificuldades em realizar tarefas “chatas” ou cansativas; impossibilidade de ficar parado estando constantemente rabiscando, desenhando, escrevendo, manipulando algum objeto; dificuldades com prazos de entrega e organização; dependência excessiva em relacionamentos e até mesmo quanto ao sono, não conseguindo dormir, pois os pensamentos não se acalmam, necessidade de levantar.
O tratamento pode envolver tanto a parte médica ( medicamentos para controlar os sintomas), psicológica ( afetivo-emocional, relacionamento interpessoal, conflitos, ansiedade, auto-estima) quanto a parte fonoaudiológica ( principalmente em crianças).
Por vezes outras psicopatologias podem estar associadas ao distúrbio, como por exemplo, a depressão, transtorno obsessivo-compulsivo, dependência química, etc. É necessário estar atento a esses quadros diferenciados para que o tratamento tenha sucesso.
A pessoa com "DDA" possui potencialidades que devem ser desenvolvidas, assim é muito freqüente ouvirmos que sob pressão os trabalhos acabam sendo muito bons, embora haja certa dificuldade em lidar com prazos de entrega. Para desenvolver-se a pessoa precisa aprender a lidar com suas dificuldades e com suas potencialidades, desejos, vontades, encontrando equilíbrio e por vezes construindo junto ao psicólogo novas maneiras de se comportar e pensar.

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