viernes, 6 de enero de 2012

Dislexia e processo de Aprendizagem

O estudo a respeito do processo de aprendizagem e das condições propícias para tal em nível grupal e individual, tem contribuído para a construção de um ambiente escolar mais voltado as necessidades “reais” e singulares dos alunos, bem como a compreensão das dificuldades apresentadas durante esse percurso.
O aprendizado não ocorre de forma homogênea, ou seja, em uma sala com trinta alunos, haverá divergências quanto à construção do conhecimento. Para realizar essa construção, as informações recebidas precisam ser “transportadas” e correlacionadas às atividades do cotidiano da pessoa.
A dislexia pode ser definida como um transtorno de aprendizagem que envolve a área de leitura, escrita e soletração, acometendo crianças com nível de inteligência normal. Acredita-se que cerca de 3% a 8% das crianças são disléxicas.
Algumas crianças aprendem a ler e escrever com muita facilidade, enquanto outras apresentam uma dificuldade crescente que envolve também a  compreensão do que o professor está solicitando. Essas crianças tentam escrever,  porém os erros na estrutura das palavras se apresentam cada vez mais pronunciados. Aprender a grafia das letras exige que a criança consiga decifrar fonemas isolados das palavras que ela conhece, prestando atenção em apenas uma parte do som da palavra e ainda acreditar que o sinal gráfico seja o próprio som.
A grafia das palavras não segue exatamente a mesma forma da pronúncia dessa mesma palavra. Existem muitas variedades, regras e exceções. Quando escrevemos “s”, “c” ou “ç” ?  “Qu” com som de “q” ? “Final” com “l” mas som de “u” ?
Quando a criança reconhece o sinal como imagem ou mesmo tomam o que o professor fala ao “pé-da-letra”, podem surgir dificuldades. O professor deve estar atento a essas particularidades, bem como outros sinais que possam surgir, tais como troca de letras e procurar trabalhar o processo de leitura e escrita em um período de tempo amplo e adequado a essas necessidades apresentadas.
Alguns sintomas que a criança pode apresentar:
Pré-escola:
  •  Imaturidade no trato com outras crianças;
  •  Dificuldades no desenvolvimento da atenção;
  •  Atraso no desenvolvimento da fala e da linguagem;
  •  Atraso no desenvolvimento visual;
  •  Dificuldade em aprender rimas e canções;
  •  Dificuldade no desenvolvimento da coordenação motora;
  •  Dificuldade com quebra-cabeças;
  •  Falta de interesse por livros impressos;

Idade escolar

  • Pobre conhecimento de rima e aliterações;
  • Desatenção e dispersão;
  • Dificuldade em copiar de livros ou da lousa;
  • Dificuldade na coordenação motora fina (desenhos, pintura, etc.) e/ou grossa (ginástica, dança, etc.);
  • Desorganização geral;
  • Dificuldades visuais (desordem dos trabalhos no papel e a própria postura da cabeça ao escrever);
  • Confusão entre direita e esquerda;
  • Dificuldade em manusear mapas, dicionários, listas telefônicas;
  • Vocabulário pobre, com sentenças curtas e imaturas ou sentenças longas e vagas;
  • Dificuldade na memória de curto prazo (como instruções, recados);
  • Dificuldade em decorar seqüências ( meses do ano, alfabeto);
  • Dificuldade na matemática e desenho geométrico;
  • Problemas de conduta como: retração, timidez excessiva, depressão;
  • Ótimo desempenho em provas orais;
O diagnóstico da dislexia é bastante complexo visto que pode surgir uma gama de outros sintomas que aparentemente não tem relação com a o transtorno, porém podem estar intimamente relacionados. A observação deve ser feita com base nos erros de escrita e também em outros aspectos como a percepção estrutural, esquema corporal, capacidade compreensão do que é dito, capacidade expressão verbal, capacidade global de orientação e demais aspectos.
Para tanto, há necessidade de encaminhamento precoce aos profissionais para diagnóstico e tratamento. Por vezes, contando com uma equipe constituída por psicólogo, psicopedagogo e fonoaudiólogo. O tratamento deve ser baseado nas necessidades individuais a pessoa, contemplando suas dificuldades e também potencialidades. À medida que o tratamento ocorre e a criança percebe seu próprio desenvolvimento, os sintomas de baixa auto-estima e demais correlacionados tendem a diminuir, proporcionando maior segurança e motivação quanto ao processo de aprendizagem.

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