lunes, 24 de octubre de 2011

Transtorno Bipolar - a vida pelos opostos


O transtorno bipolar é considerado uma perturbação afetiva, onde a pessoa apresenta episódios de mania (euforia) alternados com episódios depressivos. As crises nem sempre seguem essa mesma ordem, ou seja, a pessoa pode apresentar crises depressivas sem necessariamente apresentar crises maniacas, nesse intervalo. Dessa forma, os pacientes apresentam mais episódios de um estado e poucos de outro.
Estima-se que cerca de 0,5% das pessoas desenvolvam o transtorno, sendo a idade média para o “aparecimento” dos sintomas por volta dos 30 anos, porém a idade não é um fator limitador, há casos nas mais variadas idades. Dentre as pessoas acometidas pelo transtorno bipolar, cerca de metade delas podem ter parentes que também possuem o transtorno.

Como o padrão das crises não é necessariamente uniforme, o diagnóstico pode ser dificultado, muitas vezes levando um tempo maior para sua conclusão. Assim como o início do transtorno pode ser marcado por uma crise tanto depressiva quanto maníaca, de forma abrupta ou não.

Quando os sintomas aparecem “repentinamente” é mais fácil notar, pois a pessoa pode passar de um estado depressivo para um estado oposto, onde apresenta atitudes onipotentes, egoístas, mostrando-se falador, alegre, realizador, porém de uma maneira um tanto quanto extremada.

Se em alguns casos encontramos ambos estados bem caracterizados, em outros podemos ter a presença das duas coisas quase que simultaneamente. Assim, dentro de um quadro depressivo, temos um comportamento diferente, podendo envolver gastos excessivos, atitudes impulsivas marcadas pela onipotência e até mesmo a realização de vária atividades ao mesmo tempo, porém sem conseguir responsabilizar-se por nenhuma.

Lembro-me de um paciente em estado maníaco que de uma hora para outra, pegou o avião e foi viajar, ficando dias desaparecido. A família, desesperada, tentava entrar em contato, mas não conseguiram localizá-lo. Após semanas, o paciente liga dizendo onde se encontrava. Nesse caso, a família só tomou conhecimento do ocorrido após encontrá-lo, em dificuldades até mesmo financeiras, pois todo o dinheiro que ele tinha levado foi gasto.

No intervalo entre os estados, a pessoa pode parecer normal ou mesmo apresentar leves sintomas, mas de forma a realizar as atividades cotidianas sem dificuldades. Já outras pessoas podem não se recuperar, apresentando comprometimento das atividades do dia-a-dia, entretanto esses casos são menos freqüentes.
Quando na fase depressiva a pessoa pode apresentar falta de energia, cansaço constante, inibição das atividades, tristeza, melancolia, insegurança, baixa auto-estima, pouco interesse pela “vida”, dificuldades de atenção, lentidão até mesmo para o encadeamento de idéias. A pessoa pode, durante uma conversa, parar de falar ou mesmo não concluir um pensamento por conta da dificuldade em concentrar-se e elencar idéias e até mesmo pelo pouco interesse nas coisas cotidianas. Em um estágio mais grave, os laços afetivos acabam sendo evitados, aumentando o isolamento social. A culpa pelos “erros” do passado podem ser freqüentes, levando a lamentações e irritabilidade . A dificuldade para dormir também pode estar presente, bem como a dificuldade em levantar-se pela manhã. Já, em um outro momento podemos ter o excesso de sono como uma fuga da realidade. O sono não é a única coisa que sofre alterações, podemos observar isso quanto a alimentação e o desejo sexual.

Muitas vezes a depressão pode ser mascaradas por doenças físicas como ulceras, gastrite, doenças de ordem psicossomática, ou seja, causadas até mesmo pela própria depressão.

As idéias suicidas podem estar presentes, porém a chance de não se concretizarem é grande pelo sentimento de falta de energia para tal. Mesmo assim, devem ser olhadas com muito critério e atenção.

Na fase maníaca temos sentimentos opostos e frequentemente exagerados como alegria e sentimentos de grandiosidade. A pessoa pode se considerar alguém muito especial, alimentando fantasias onde é dotada de capacidades e poderes especiais. Nada é impossível para essa pessoa. Por vezes podem se tornar socialmente inconvenientes, alimentados pelos sentimentos de grandiosidade, falta de limites, excesso de atividades onde eles sabem de tudo, podem tudo, fazem tudo. A pessoa pode não conseguir concluir idéias, falando sem parar, emendando uma idéia na outra repetidamente e distraindo-se com freqüência, devido a percepção mais aguçada. Os comportamentos impulsivos podem levar a grandes problemas financeiros, já que tendem a gastar excessivamente. Dessa forma, o comprometimento social também pode ser grande, já que a pessoa pode passar por situações vexatórias através de seu comportamento inadequado. O desejo sexual também fica acentuado levando a situações de perigo envolvendo contágio por doenças sexualmente transmissíveis.

As causas do transtorno bipolar estão relacionadas a situações estressantes como traumas, acidentes, mortes, períodos de conflito no qual a pessoa não consegue “supera-los” de maneira satisfatória.
O tratamento do transtorno bipolar deve ser feito com medicamentos e psicoterapia, podendo ser individual ou mesmo familiar, já que há conseqüências fortes e desestruturantes para a mesma. O engajamento do paciente no tratamento deve ser constantemente reforçado, visto que o mesmo tende a abandonar o tratamento na fase maníaca pois se sente muito bem, enquanto que na fase depressiva nada pode ajudá-lo. Os sintomas estando “controlados”, há possibilidade de trabalhar os conteúdos relativos e advindos do transtorno, buscando sempre melhorar a saúde integral da pessoa.

jueves, 20 de octubre de 2011

Contextualizando as dificuldades de aprendizagem


Muito se tem falado acerca das dificuldades de aprendizagem, assim como o aumento dos casos de crianças encaminhadas aos consultórios de psicologia para avaliação e tratamento.
O tema é bastante controverso em se tratando da opinião dos diversos profissionais atuantes como: médicos, fonoaudiólogos, psicólogos, professores e psicopedagogos, muitas vezes acaba dando margem a rótulos e atitudes discriminatórias.
Os alunos recebidos no consultório geralmente são encaminhados pela escola em que estudam, senão por um professor com um “olhar” mais atento. Dessa forma, os alunos que não conseguem atingir os objetivos propostos podem ser atribuídos de uma dificuldade em aprender, onde a “falta” a ser tratada de encontra no próprio aluno, desconhecendo o contexto em que ele aprende, ou seja, o método de ensino, o ambiente escolar, problemas físicos, entre outros.
A dificuldade de aprendizagem anteriormente era atribuída a carências sócio-culturais, desnutrição, dificuldades econômicas e estruturais, além de “disfunções cerebrais”. A dificuldade centrada na criança isentava a escola de sua participação no fracasso escolar.
A partir do ponto de vista da psicopedagogia outros fatores passaram a ocupar um lugar de destaque nessa problemática, entre eles: papel da família, da escola e da sociedade. Dessa maneira a psicopedagogia busca compreender como esses fatores se relacionam e influenciam de maneia favorável ou não o processo de aprendizagem, tomando o contexto geral no qual o aluno está inserido.
Alguns sintomas a serem observados :
  • hiperatividade, hipoatividade, dificuldade de coordenação motora;
  • baixo nível de concentração, dispersão;
  • problemas de seriações, inversão de números, repetidos erros de cálculo ;
  • problemas na codificação/decodificação simbólica, irregularidades na lectoescrita (habilidade de ler e escrever), disgrafias ( alteração da escrita ligada a problemas perceptivos e motores) ;
  • desajustes emocionais leves, baixo auto-estima;
  • dificuldades de fixação de conteúdos (memória);
  • reprodução inadequada de formas geométricas, confusão entre figura e fundo, inversão de letras
  • inibição na participação, pouca habilidade social, agressividade.
Com a mudança de perspectiva, os professores passam a adotar uma postura mais compreensiva , levando em conta as peculiaridades de cada aluno e incitando-o a mostrar aquilo que ele já sabe, utilizando suas potencialidades. Dessa foma, os profissionais que atendem os alunos com dificuldades de aprendizagem passam a interagir com o ambiente escolar a fim de realizar um trabalho em conjunto de maneira a atender as necessidades de cada aluno, orientando os professores participantes e ouvindo-os em sua atividade.
Para poder auxiliar o aluno com dificuldades de aprendizagem todo o contexto deve ser trabalhado. Assim, a família também tem um papel importante tanto na estimulação da criança, quanto no apoio e acolhimento desta e deve estar atenta as necessidades que forem surgindo. O psicólogo ou psicopedagogo deve ser capaz de trabalhar as dificuldades decorrentes desse processo, procurando estimular as potencialidades, retomar o gosto pelo aprender (muitas vezes prejudicado pelas dificuldades) e fazer a mediação entre escola, família e criança.
O atendimento psicopedagógico de crianças se dá de maneira adequada a sua faixa etária, levando em conta seu desenvolvimento. Dessa forma, os jogos, brincadeiras, atividades cotidianas, são incluídas no tratamento, sendo capaz de chamar a atenção desses sujeitos de modo a conseguirem se expressar e compreender tanto suas dificuldades quanto suas potencialidades, podendo desenvolver-se de acordo com seu tempo. A observação da criança deve ser algo constante, já que o diagnóstico precoce permite um prognóstico mais favorável bem como um processo de tratamento e reabilitação mais rápido. Além disso, a exposição a frustração decorrente das dificuldades apresentadas pode ser evitada, possibilitando a criança maior disposição e receptividade quanto ao processo de aprendizagem.

lunes, 19 de septiembre de 2011

Psicologia e bem estar : quando a saúde vira doença



A saúde hoje é entendida como bem-estar integral da pessoa, seja física, psicológica ou mesmo social. A pessoa é então, compreendida na sua totalidade, onde todos os aspectos devem estar em equilíbrio e harmonia.
A busca pelo bem-estar é uma constante na sociedade atual. Queremos melhor qualidade de vida no trabalho, lazer, procuramos conforto, alimentação balanceada e de qualidade, estudamos cada vez mais, buscamos informações, fazemos exercícios, relacionamentos, etc.
Existe uma pressão social para que estejamos sempre em movimento e que isso seja cada vez mais dinâmico. As mudanças tecnológicas nos impulsionam para esse mundo que se renova a cada instante e que é possível fazer mais coisas em menos tempo. Assim, queremos muitas coisas e queremos quase que imediatamente ao desejo.
De certa forma, o acesso a informação e também o consumo de bens pode nos propiciar algo perto disso, porém nem tudo funciona assim. Os relacionamentos devem ser sempre “cultivados”, o contato com outras pessoas é fundamental para o homem, assim como o cuidado com seu “mundo interior”, com aquilo que está além do físico.
Muito daquilo que se passa conosco internamente pode se manifestar no corpo, principalmente em forma de sintomas : dores de cabeça, tensão, dores de estômago, excesso ou falta de apetite, problemas motores, entre outras coisas.
A diferença entre o estado de saúde e o de doença se encontra na intensidade e freqüência com que apresentamos determinado comportamento. Aquilo que é saudável em excesso pode nos prejudicar. O descontrole emocional pode acarretar situações extremamente desconfortáveis e prejudiciais ao bem-estar da pessoa, levando inclusive a quadros de depressão, estresse, isolamento social.
Muitas vezes, a descoberta de que algo esta errado pode demorar algum tempo e quando de fato percebemos já estamos em uma situação da qual não conseguimos sair sem ajuda.
O cuidado com aquilo que temos de mais singular, nossa personalidade, nosso mundo interno, nossos valores, experiências, deve ser merecedor de atenção, pois é ai que de fatos existimos e por onde podemos nos expressar.
O psicólogo em sua atuação clínica procura auxiliar o sujeito na busca pelo autoconhecimento assim como na construção de um repertório de comportamentos mais saudável, buscando auxiliar na resolução de situações que parecem difíceis de serem superadas, na resolução de conflitos, oferecendo o suporte necessário a pessoa desenvolver suas potencialidades.






lunes, 12 de septiembre de 2011

Solidão na era da comunicação virtual



 
O advento da tecnologia trouxe consigo mudanças significativas nos relacionamentos. O contato “face a face” passou a ser mediado pelo computador. Se antes conhecíamos pessoas em atividades cotidianas como ir ao trabalho, escola, supermercado, entre outros lugares, hoje não nos preocupamos mais com as pessoas de nosso convívio, mas sim aquelas que conhecemos em grupos e ambiente virtual, onde podemos ser quem quisermos.
O contato mediado pelo computador nos proporcionou concretizar toda e qualquer fantasia, pois nesse ambiente podemos ter características, status, poder, etc que pudermos imaginar e ainda estarmos protegidos pelo “anonimato”. Além disso, quando não quisermos mais é só fechar a tela.
Dessa forma, toda a pressão social em ter e ser, pode ser satisfeita. A menina tímida se transforma em uma mulher poderosa e sedutora, o homem em idade avançada em um jovem, o garoto que se acha pequeno pode ter um corpo invejável. O que dizemos e mostramos na internet condiz muito mais com o que gostaríamos de ser do que o que realmente somos.
Com tantas facilidades de estar em contato com outras pessoas, seja pessoalmente ou em ambiente virtual, a solidão parece mais presente do que nunca, porém esse tema não encontra muito espaço para discussão.
O individualismo presente na sociedade atual, leva ao isolamento das pessoas : estamos cercados por pessoas mas a qualidade dos relacionamentos não é suficientemente boa e o sentimento de estar sozinho no mundo encontra seu lugar.
Quando saímos do ambiente virtual onde somos nossos ideais, a dura realidade de limitações, faltas fica mais evidente, podendo levar o sujeito a sentir-se frustrado com aquilo que tem e que é.
A solidão esta presente em todas as faixas etárias: crianças, adolescentes, adultos e idosos. Podendo estar relacionada ao isolamento social e a depressão. Nesse caso, a pessoa se encontra em um estágio onde somente a vontade de “sair dessa” pode não ser o suficiente. Assim, o tratamento psicológico pode ajudar a pessoa a construir uma nova
maneira de lidar com pensamentos e comportamentos negativos e desfavoráveis ao seu bem-estar e a encontrar um novo sentido às suas vivências.
Se por um lado a internet facilitou a comunicação, por outro prejudicou os relacionamentos interpessoais. Estamos cercados por pessoas, porém não nos sentimos a vontade para sermos nós mesmo, para expressar nossas opiniões, sentimentos, expectativas, frustrações. O ambiente virtual muitas vezes serve de máscara escondendo o verdadeiro “eu”, suas potencialidades e limitações.

lunes, 5 de septiembre de 2011

Um pouco sobre Distimia


Muito se tem falado sobre os estados depressivos, seus sintomas e tratamentos, porém a forma como se trata esses transtornos de humor acaba por englobar diversos “níveis” sem fazer nenhuma distinção entre eles.
A distimia pode ser entendida como um transtorno afetivo da personalidade onde a pessoa tende a ter uma visão negativa do mundo, estando sempre mal-humorada, triste, melancólica, baixa auto-estima, baixa energia, acentuando frequentemente o lado negativo das coisas enquanto deixa de dar importância aos aspectos positivos. Nesse caso não há um prejuízo severo na vida social e profissional da pessoa, porém há algum comprometimento que deve ser olhado.
O sentimento de menos valia e o negativismo faz com que a pessoa não se sinta merecedora de aproveitar as coisas “boas” da vida, ter lazer, ter prazer podendo levar ao isolamento social, insônia e aumento da ansiedade.
As crianças também podem ser acometidas por esse transtorno, estando muitas vezes relacionado as dificuldade de aprendizagem. O período de maior freqüência é a adolescência, porém pessoas em diversas etapas da vida podem desenvolver a distimia, estando relacionada a uma maior incidência em mulheres.
Diferente da depressão que pode se instalar de maneira repentina, a pessoa com distimia apresenta constantemente o mau-humor e negativismo, vindo a se constituir como uma doença crônica. Assim o diagnóstico deve envolver um período de aparecimento dos sintomas de pelo menos dois anos consecutivos.
Muitas vezes a pessoa com distimia acredita que os sintomas apresentados por ela fazem parte de sua personalidade não conseguindo enxergar possibilidade de melhora. Nesse período podem ocorrer episódios de depressão, porém com o retorno ao estado anterior.
A distimia pode ser tratada, podendo devolver ao indivíduo uma condição de vida mais saudável, onde suas potencialidades podem ser trabalhadas e desenvolvidas. Para que isso aconteça é necessário um tratamento psicológico e por vezes médico, no sentido de administrar a medicação necessária ao controle dos sintomas. O tratamento associado tem maiores chances de sucesso, pois ao mesmo tempo em que os sintomas estão sendo controlados a psicoterapia irá ajudar a pessoa a construir uma nova maneira de “viver”, de estabelecer relações interpessoais.
Quando a distimia não é tratada, o transtorno pode se agravar evoluindo para casos de depressão onde o isolamento social é muito freqüente assim como a impossibilidade da pessoa ao realizar atividades cotidianas e até mesmo há possibilidade de suicídio.

martes, 23 de agosto de 2011

Dismofia Corporal : quando a imagem fere



Em meio a uma sociedade onde moda, comportamento e maneira de pensar são constantemente “sugeridos” os padrões de beleza, medidas do corpo, tipo de cabelo, entre outras características físicas não poderiam estar de fora.

Quem não quer ter o corpo da atriz ou do ator de novela, o mesmo cabelo, o tipo do rosto ? Cada vez mais pessoas apresentam esse ideal e o acesso a técnicas de transformação corporal também ficaram mais acessíveis. Assim, fazer uma cirurgia plástica hoje é algo comum, mudar os cabelos então...são tantas técnicas e tantas possibilidades.

A pressão social para seguir determinados padrões pode influenciar as pessoas a desejar ser algo muito diferente do que são. Nesse caso, a insatisfação e a baixa auto-estima tendem a aumentar conforme o nível de diferença entre o que se é e o que se deseja ser. Ao olhar no espelho e não encontrar a imagem ideal, muitas pessoas tendem a buscar alternativas para conseguir tornar isso realidade, seja na academia, nos salões de estética, nas dietas ou mesmo nas cirurgias. A saúde e o bem-estar passam a ocupar o segundo plano dando lugar aos excessos.

A pessoa insatisfeita com sua imagem corporal tende a encontrar defeitos onde deveria haver qualidades. Assim, as pernas são grossas demais, a altura deveria ser maior alguns centímetros, a cor da pele mais bronzeada, os olhos mais claros, os cabelos lisos, etc. O descontentamento excessivo tende a provocar prejuízos a saúde como um todo já que interfere tanto nos aspectos físicos, quanto psicológicos e sociais. Aos poucos a pessoa se afasta do convívio com os demais por achar que seus “defeitos” são intoleráveis, por não corresponder ao socialmente aceitável.

A dismorfia corporal pode ser tratada no início dos sintomas, tendo a família um papel fundamental a desempenhar, no sentido de mostrar a pessoa que todos somos diferentes, que possuímos qualidades, sempre exaltando os aspectos positivos e as potencialidades ali presentes. O tratamento psicológico e até mesmo psiquiátrico por vezes também é necessário, no sentido de oferecer as condições necessárias à construção de uma imagem de si mesmo, onde há espaço para reconhecer as qualidades e poder estar bem consigo mesmo de uma maneira saudável.

Dentre os principais sintomas da dismorfia corporal temos: mau humor, insatisfação constante, dificuldade em desempenhar tarefas, dificuldade de relacionamento, falta de iniciativa, prejuízo na capacidade criativa, inibição, timidez, podendo chegar a um estado mais grave.

Embora a busca pelo bem-estar esteja em evidência, os padrões sociais também se mostram mais exigentes e acompanhar essas tendências nem sempre é possível. Saudável mesmo é aprender a reconhecer o que cada um tem como algo positivo e singular.

sábado, 6 de agosto de 2011

Orientação Vocacional


O mercado de trabalho sofreu grandes mudanças nos últimos tempos. Se antes as profissões de maior destaque eram medicina, direito, engenharia, hoje a gama de profissões aumentou consideravelmente.
O adolescente, no momento da escolha profissional deve levar em conta algumas coisas para tomar uma decisão: que tipo de atividades gosta de fazer, ganhos relacionados a profissão, mercado de trabalho, imagem que se tem da profissão, expectativas dos pais e familiares, onde quer estudar, entre outras coisas.
Quando realizo a  orientação vocacional com os alunos  do ensino médio, me deparo com algumas variáveis que eles consideram importantes: salário, possibilidade de emprego, o que meus pais querem que eu seja, matérias estudadas na faculdade e a faculdade. Será apenas isso???
O momento da escolha deve ser trabalhado no sentido de propiciar a pessoa o conhecimento de si mesmo e também das profissões para que este se sinta seguro ao tomar uma decisão. Além disso, deve ficar claro que as escolhas feitas implicam em deixar para traz o que não foi escolhido, porém sempre há possibilidade de mudar.
Muitos adolescentes acreditam que podem escolher a profissão errada e ai reside o maior medo deles. A profissão errada pode não existir, assim como a profissão certa engloba várias possibilidades. Não há um certo e errado bem definido, o que existe são escolhas.
A expectativa dos pais em relação ao futuro dos filhos também influencia muito na tomada de decisão, já que o adolescente quer seguir seu caminho ao mesmo tempo em que não quer "desapontar" os pais. Assim, as dúvidas surgem, muitas vezes por caminhos opostos e o conflito entre aquilo que se quer e aquilo que os outros querem passa a ser determinante.
Durante a orientação vocacional procuramos propiciar ao adolescente a possibilidade de se conhecer, conhecer o caminho percorrido pelo graduando até a formação e as atuações em cada profissão, bem como o mercado de trabalho atual e as expectativas sociais.
As escolhas norteiam nossas vidas, porém saber escolher é o que difere uma escolha que atenda as expectativas de outra frustrante. Quanto mais variáveis e conhecimentos temos do contexto maior a chance de escolhermos acertadamente.